Lobisomen encarnado.
Vai embora vento dos diabos
Só me perturba e me deixa
Incomodado, você diz,
ser o que não é, seu desagradável
Adeus! Eu nunca te quiz
Não nunca mesmo,
por isso se torna um desprazer
Somente um maldito desprazer
Sou a criatura lobisomen,
Amaldiçoada, condenado a isso
Sem valor indolor a facadas
E a outros intrusos
Vento assasino que traz
Viajantes procurando,
pelo meu sangue
Eu dilacero cada incomodo
Que meu peito expulsa
desejos gelados que
acedem o medo de quem
fraqueja sobre o meu uivo
Lua cheia minha visitante
não me deixa solitário
Uivo apenas por ti, não pelo resto
Varios quilomêtros pela noite
Em vastas imensidões pela floresta
A procura pelo meu alimento
O corpo de seres que estão no lugar errado
Expelindo ódio e em carne sangrento
Minhas garras não te atigem
Vento da noite, apenas de você
Não posso livrar-me, partilha comigo
A raiva, observa tudo o que faço
E sempre é um incómodo
Um maldito incómodo
Que perscruta meus atos
Até a bala de prata entrar no meu peito.