a cor da paisagem

vernáculos que na trincheira

me dizem tudo

a nuvem é passageira

o criado é mudo

fincou o pé no chão

saiu molhado

da sopa de agrião

que havia usado

no topo de uma ladeira

a melancia

buscou a frigideira

que não cozia

seguiu de braço dado

com o percevejo

ao som descomplicado

do realejo

mundana, menina doce

foi por um triz

opera como se fosse

a meretriz

do mato saiu o bicho

acorrentado

joguei lá fora o lixo

pra ser usado

vingança tem o sabor

de açúcar novo

correu atrás da cor

achou o corvo

cabeça quem tem é povo

que come bem

a fome é só o ovo

que não convém

me dá tua moeda

que eu choro pus

teu medo me arremeda

e me seduz

falei o inconfessável

ele sorriu

trocou o imponderável

pelo que viu

dos livros que dizem algo

não quero ouvir

mas quero todo o respaldo

que conseguir

mentira e incoerência

a coisa sã

melhor que a abstinência

da tua irmã

do morro da exatidão

pulou descalço

sorriu da intenção

do cadafalso