ARCANOS DE MIM

A porta para o meu mundo

São os meus olhos

Que ao ser profanado

Fazem-se misteriosos

Profundos e às vezes invioláveis

Descubra a chave

Percorra o infinito

Sem razão, enlouqueça

Ou permaneça sóbrio

Diante dos sonhos que me acercam

Contudo apenas na loucura

Entenderá a sobriedade de minha alma

E ao entender mergulhará

Nos mistérios incontidos em cerne

Terá que vender tu’alma

Por um preço alto

O mínimo ser pago pelo meu querer

Seguindo em frente chorará

Ainda mais a frente sorrirá

Embora as lágrimas permaneçam

Quando pensar que me encontrou

Verá que se perdeu

Perdida tateará cega

Verá então a outra parte de mim

Onde o sonho e a loucura

Esvai-se como água as margens do Nilo

Será o caminho certo

Ou o começo de um fim inevitável?

Talvez o segredo seja errar

Sim, e por que não?

Mas, siga incansável

E conheça a vida que jaz

Morta em meus toques

Embora tão vivos sejam meus gestos

Assim conhecerá toda minha tristeza

Assim pensará que é feliz ao meu lado

Então conhecerá a dor que me consome

Pelos flancos, ficará a deriva sem emergir

Adentre meu sepulcro

Abra a esquife

E verá alem da porta entre aberta

Meu peito um passo para o desconhecido

Então será tristeza

E a morte lhe cairá bem

Morta terá que pagar a sua travessia

Não com prata nem ouro

Apenas a carne entre os lençóis

Entrelaçados numa fúria inigualável

Ficara tão perto de decifrar tal enigma

Onde tantos pereceram ao buscar

Sem entender a inocência

Sem mostrar-se maliciosa

Percorra o intimo de seu ser

Que é cada curva de meu ser

Assim e não antes

Será senhora absoluta

E não mera dona de todo meu amanhecer

Assim como fará nascer frutos

No árido solo de meu coração

Osvaldo Rocha

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 14/12/2009
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