O Magista
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“Porque as flechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim.” [Jó 6.4]
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Acordando ao beijo dos ventos subsaarianos
O relento nunca foi tão edificante
Salvo quando a Donosor domou em eras recuadas
No centro do círculo de evocação
Traçado o signo de Voor
Eis que ergo o Talismã de Yhe
Meus são agora os segredos que jazem
Em santuários sepulcrais! Astro em pleno zênite
Os Antigos às portas proibidas anunciam-se
Longe da inocência – longos foram os dias
Tentando encontrar meu caminho
Firmes passos dá aquele que da escuridão absorve luz
No canto leste, sobre a terceira coluna
Brilha a cimitarra do Anjo da sexta hierarquia
Fortaleza contra a ânsia e fúria de Choronzon
Tenebrosos horizontes cerceiam-me o luar
Vaporosos devaneios na eterna noite astral
Em nuvens de areia que sorvem o sangue da oferenda
E no vigésimo segundo Éter, traduzam-se as chaves enoquianas!
Seja, pois beijado e coroado o rebento da era que se levanta
E não reste uma só gota de sangue na taça de Babalon
Atenta, ó iniciado! [diz o Anjo Guardião],
O Altíssimo que é da morte o devorador
Mantém sob as mandíbulas o orgulho que te lança ao Abismo
Se resgatada queres tua alma desse mergulho,
Que antes desça sobre ti todos os mares e feras
Mas não abomines as verdades reveladas nestas câmaras
Asseia-te o espírito, desnodoa-te a carne dos sonhos de volúpia
Brande teu cajado tal qual fogo ardente nas estrelas
Potestade de áspide tem a peçonha que te secretou Lilith
Sabe, o escolhido é antes o que ousa
E dobram-se os sinos do destino
Àqueles que do próprio caminho são o martelo e a bigorna