A puta que pariu na Rua Joaquina.

A puta que pariu,

Nasceu na Rua Joaquina,

Num país chamado Brasil.

A puta que pariu uma criança,

Em meio à rua escura,

Chamou a cria de Esperança.

A puta nao queria parir,

Sendo ela ainda puta,

Mas no fim veio a sorrir.

*O pai sumiu em meio às fumaças,

Perdida não sabia onde estava,

Só restou por fim a madrugada e suas desgracas.

A puta que pariu, deu ao mundo uma menina,

Que crescendo aprendeu a escrever,

Logo começou a falar da vida.

Um dia a puta chamada Maria partiu,

E no inferno contestou o diabo,

Hei Você!, Chifrudo!, não viu?

Que mesmo a puta estando morta,

Que mesmo o mundo girando,

Era a Esperança que agora era torta.

O diabo então respondeu:

-Não fui eu que ti criei puta,

Sua geração agora e com DEUS!

A esperança paga o preço que quer,

por ser opaca e utópica,

Vai viver como quiser.

Seguindo a mãe, será meretriz,

Seguindo o Pai,

um fujão infeliz.

Eu só posso agradecer,

Por você estar aqui,

E hoje esta me dando prazer.

*A puta que pariu ali na Rua Joaquina, chamada Maria,

Veio então a chorar,

Pois a esperança no fim se tornou uma vadia.

guido campos
Enviado por guido campos em 28/11/2009
Reeditado em 29/11/2009
Código do texto: T1948463
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