Livre prisão
Alças do alçapão,
pão de pedra batido
feito castigo solto,
fel de biscoitos,
taras dormidas.
Cobri o sol com a peneira da terra,
uma patuscada sem festa,
tão alegre quanto morta.
Pássaro solto, palavra dita,
ainda me soa esquisita a face dela,
seu coração pintado, cega aquarela,
onde não há cor que se observe.
Ser livre é prender-se à liberdade,
e inda sem morada, morar sem vaidade
à luz de tudo e de mim.