Aqui jaz o mundo
Muito eu tenho me perguntado
Se este mundo tão aviltado
já não estaria saciado?
Pragas, drogas e motos no chão
Incesto, divórcio e cisão
não seria a vida aplicando a sanção?
Balas perdidas, morros virando sopé
Orações no vazio, perdendo a fé
A fé que é vendida, se nem profeta ele é
Ventos levam casas, e também levam o sustento
Tetos de shopping virando ensinamento
Entram pela cabeça, confundindo-se com o pensamento
Genocídios, mortes em profusão, em prisão
Ruas transformadas em morgues, sem procissão
Homens com escudos, a prece perdeu-se em vão
A película que cobre o rio, é um manto de isopor
mundo em estufa, não deixa o sol se por
Casais se acasalam, sem juras de amor
A natureza nada mais nos traz
não deixará ninguem velar seu sono
ela quer descansar em paz