Doar-se
Doar-se
Rompe o rio, turva água escura
A arder na noite ,o silêncio.
De dor formou-se o mar
E de tristeza, noite sem lua.
Qual ferida, lâmina chaga que devasta e petrifica
Minha alma fez-se esvaecendo
Lenta e caudalosamente de meu corpo,
Deixado e frio e duro
Esvaiu-se a alegria,fim de tarde sem vida.
Mas raiar tão lindo,o céu
De impostas tradições e costumes vis
Não permitiria jamais abandonar tão dura batalha
E deixar-me vencer pelo medo ou desespero podia.
Fez-se assim em negra noite
Tão doce e meiga,alva alma
Do silêncio,entrecortado de penúria e dor
Formou-se suave fada,você.
Dizer-te hoje Eu te amo não posso
Pois se foram minha voz e alma
(deixei-me levar somente, para dentro de você)
E já nem sei mais quem sou ou oque era.
Entristeço sim,réu confesso
Não por horas de agonia ou angustia
Mas por saber,tão tarde e pesado
Tanto tempo permiti-me sem você viver.
Amar-te já não me é
Pesar ou descontentamento apenas
Pois já nem mesmo sei se vivo
Ou apenas empresto o corpo a tua presença.
Sou apenas teu amor,impresso em folhas
Que o outono não pode derribar.
16/11/2009