Sonhos...
Nesse frio pragmatismo
Que contamina o mundo
E a tudo está consumindo
A vida vai até diminuindo
Rareando fica preto e branco
Só o olhar pra conta no banco
Como se aí residisse o futuro
Mesmo sabendo que é obscuro
O sonho foi se acabando ao léu
Não se olha mais com brilho pro céu
E todos correm como estivessem pinéus
E o pior que não vão pra lugar nenhum
Daí... Eu aqui no calor dos trópicos
Bebendo a minha doce cajuroska
Sonho com ela que me enrosca
Faz amor comigo na rede e me coça
Desfila soberana e nua pela casa
E a toda hora pede um dengo
E eu nela me espreguiçando
Atiçando seus beijos molhados
Esfregando meus pêlos suados
Dedos e mãos avançados e ousados
Meus lábios sedentos e vagabundos
Vagueiam pelo seu corpo aquecido
Sua pele exala um cheiro de hortelã
A boca meio louca, gulosa e faceira
Num gosto suave adocicado de avelã
Sinto seus delicados seios pulsando
Vejo o que quer se aproximando
E a tomo nos braços amando-a
Mas como creio nisso com força
Não mais será só sonho de terça
Mas será daqueles que se alcança
Como na dança da esperança...
Hildebrando Menezes