Vastas vagas, vagas
Mergulho-me no oceano de mim mesmo
Um mundo profundo, misterioso e vasto
Onde frequentemente encontro coisas
que eu mesmo desconheço
Ultimamente tem sido mais difícil
Cada vez mais fico menos tempo submerso
Estou ficando insuportavelmente irrespirável
Muitas marés tenho feito em sentido inverso
Mais ido que retornado
Como se fugisse de mim mesmo
Quedo-me, entrego o corpo, deixo me levar
Arfante, olhos fechados, boca aberta, busco ar
Tenho sentido meus rochedos mais inóspitos
Duros, insensíveis e indiferentes
Nem notam quando contra eles me arrebento
Me quebro, me desfaço em mil pedaços
Com penas, me refaço e temo o dia
Em que eu vá e não volte
Corpo torturado por açoites, morto o coração
Eu fique enfim, perdido de mim em algum grotão
- Roberto Coradini {bp}