Formol versus Formal
Minha alma está conspícua.
Me avesso em milésimos de segundo.
Em conformidade com o Universo
sou lunar e terráquea, profetizam os amigos.
Será?
Minha intuição é meu guia.
E sigo o ritual da cabala.
Em vigília brindo ao mistério num cálice ápode.
Por quê? Para mantê-lo próximo aos lábios.
Desta forma, eu afirmo que nada direi.
E beberei.
E rirei.
E passarei para outro estágio.
Estágio da loucura versus juventude.
Onde contarei as luas pela minha lua.
Onde praticarei surfe por cima
e por dentro das ondas mentais
até exaurir o surto.
Até ficar zen.
Até que o formol desinfete o formal.
E eu fique indelével,
sã e maleável
como uma pluma no ar.