lunática
A lua vem chegando cheia
grávida de cópulas amada
atrás da casa amarela
vive uma mulher lunática
grávida de sol, soldado.
na lua nova vai parir um rei
Ferrugem
De onde ela vem
para onde vai
vestindo espanto
pisando espinhos
de antigas horas
sustos de outrora
desaparece
reaparece
segue em silencio
à toa, à toa
mas se o apelido escuta
toda o ser se atordoa
grita, esperneia
levanta a roupa
jornaleiros
gritam manchete
nulher matou a mãe
e foi vingança.
tantos segredos
como folha
que se desfolha
correram rua
estrada afora
Maria daas Dores
com sua grinalda de flores
olha-se no espelho
vê flores, só flores
lá adiante o grito
ferrugem!
Máscaras
Tantas máscaras usei
tantas em desuso
nem sei quem mais
quem sou
nas máscaas que uso.