SEM VERGONHA DE SER FELIZ!
Desde que vi a tal da cegonha
Fui logo perdendo a vergonha
E agora não há quem a reponha
E nem venha dizer que é manha
Mesmo que alguém se oponha...
Sei que é um jeito meio medonho
Mas quando penso nela me assanho
Fico nu em pêlo, num fogo estranho
Com vontade que parece até sanha
Não sou inexperiente, nem bisonho
E até tapo minha nudez com a fronha
Nem ligo se me acharem sem-vergonha
Travesseiro pelado... Parece tristonho
De barraca armada pulo em tua aranha
Ou o diabo assopra pra tocar uma bronha
Aí vislumbro você nua em meu sonho
Pele com pele roçando apressadinhos
Uma rola dando em cima de passarinho
Beijos e mais beijos... Tão docinhos
Percebo você toda quente e molhadinha
A chamar oferecendo a delicada xaninha
Com uma chuvarada dos seus carinhos
E você me alisando leve e devagarzinho
Depois vem dormir comigo de conchinha
É uma delícia este frenesi assanhadinho
Que vai recomeçar tudo... De manhãzinha.
Dueto: Hildebrando Menezes e Lourdes Ramos