Creio em mim

Deliro e sei que é verdade o que eu sinto,

quando eu já nem sei se sinto mais nada

e nem sou mais o eu de mim que é.

Há uma loucura doce que me cativa alegre

e tudo me dá e nada me pede,

como se eu a tivesse na carne adormecida.

Névoa chorosa, chuva que ri.

Sou da dor o que nunca senti

e da saudade as horas que choram desalegres.

Deliro e fantasio a alma diferente

e tudo o que escrevo me faz inda mais descrente.

Amo a vida e sou mesmo um ser ausente

na presença onde me sinto ausente e vivo