Mapa da “Terra do nunca”
O lugar que ninguém quer ir
Há um caminho que aponta bem aqui
Dentro dessa cabeça ruim
O lugar mais estranho do existir
Não siga esse roteiro, nem queira
Se perder inteiro, dessa maneira
Esqueça o caminho, apague o traço
Deixe frouxo o laço, fuja de mim
Sem sentido de ida ou volta, sem rota
Não siga as migalhas que deixei escapar
Não há nada há descobrir, conquistar
Um vazio e um obscuro por vir
Sem começo, sem fim, sem glória
Não aceite meus beijos, abraços, desejos
Gritos de sereias, místico, profundo, abissal
Não tenho senão o horizonte sem término
Um mar com tormentas, um abismo profundo
Todas as dores do mundo, formando paredes
Dentro dessa imensa rede, confusos episódios
Essa terra sem promessas é a minha terra
Nem queira saber, nem queira ficar
Não tenho nada a dividir, repartir
A não ser o vazio que plantei dentro de mim
Esse vazio me basta, sou atriz de minha história
Na ilha em que me exilei, dentro de minha memória