Inspiração
A inspiração entrou pela janela
assim que decidi tomar um ar.
Sentei e conversei com ela,
perguntei se podia me inspirar.
A tarefa, disse ela, é complicada,
me pediu dois bolinhos e um chá.
A noite foi, então veio a madrugada;
a inspiração e eu a conversar.
Metódica, do chá tomava um gole
a cada dois pedaços de bolinho.
É preciso primeiro matar a fome,
para depois descobrir o seu caminho.
Gesticulava e com os gestos desenhava
poemas concretos, poemas-bastão,
como aqueles da química escolada;
fórmulas, carbonetos, combustão.
Me surpreendeu, também era matemática,
se transformou em números na minha frente.
Assustado, gritei "Senhora?" de repente,
ela virou-se para mim e disse "fática"!
Corri e rabisquei no meu caderno
ela leu e olhou com reprovação.
Tinha escrito poemas de inverno,
ela queria poemas de verão.
Irritado, a coloquei para fora,
ela nada tinha a ver com os meus poemas.
E hoje quando escrevo tenho problemas
por causa de uma inspiração que chora.
Confira também o Na Ponta dos Lápis, blog sobre literatura e poesia!
- Para mais textos, confira o site do escritor: www.leonardoschabbach.com
A inspiração entrou pela janela
assim que decidi tomar um ar.
Sentei e conversei com ela,
perguntei se podia me inspirar.
A tarefa, disse ela, é complicada,
me pediu dois bolinhos e um chá.
A noite foi, então veio a madrugada;
a inspiração e eu a conversar.
Metódica, do chá tomava um gole
a cada dois pedaços de bolinho.
É preciso primeiro matar a fome,
para depois descobrir o seu caminho.
Gesticulava e com os gestos desenhava
poemas concretos, poemas-bastão,
como aqueles da química escolada;
fórmulas, carbonetos, combustão.
Me surpreendeu, também era matemática,
se transformou em números na minha frente.
Assustado, gritei "Senhora?" de repente,
ela virou-se para mim e disse "fática"!
Corri e rabisquei no meu caderno
ela leu e olhou com reprovação.
Tinha escrito poemas de inverno,
ela queria poemas de verão.
Irritado, a coloquei para fora,
ela nada tinha a ver com os meus poemas.
E hoje quando escrevo tenho problemas
por causa de uma inspiração que chora.
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