Círculo viciado
Não vou mais escrever poesia.
Foi-se minha lira e sem inspiração,
As palavras ficam secas,
Não saem do coração;
Os dias passam anônimos,
A alma de santo se enfeita
E, sistematicamente, não escrevo.
Não escrevo por que ?
Não sei...
Não escrevo porque não sei!
Cada sentimento que se perde,
Deixa o entendimento,
De que se perde uma parcela da vida!
Não escrevo, por que?
Não sei!
O sentimento se inflama e se esteriliza em cinzas;
Cinzas que o vento eleva
E transforma em imagens reais e doces fantasias,
Que fazem da sucessão dos novos dias
Um círculo viciado de ironias,
Num eterno despontar da antipoesia!