RENASCIMENTO
Qual por do sol
Renascem em mim cores fartas
Matizes soltos
Em colorida confusão
E eles, mudos;
Cheios de silêncio
Assistem pasmos à transformação
Qual areia
O amor esvaiu-se por minhas mãos
Qual aguardente
Sua falta ainda queima em meu corpo
Qual ar rarefeito
Procuro-te em todos os vãos
e
Sem encontrar
Chego exausta à superfície
E enfim...
Respiro profundamente.
Logo ali, à beira do rio calmo;
Jazia agora a morta nua
Mais à frente,
Na paisagem multicor
Renascia um novo ser
Tudo ainda estava por vir
Na mulher criança que reascendia a sorrir...