Querido cataclisma
Que dizer da pluma que vôa,
entre vãs primaveras nuas,
sem poesia tudo é a toa,
sem tempo, sem vento, sem luas!
Neblinas sem vestes são estas,
todas cinzas lembranças viajantes,
plumas brancas vistas das frestas,
em primaveras final-pulsantes!
É a aquarela do anticristo,
buscada incessante pelo homem,
e o sulfur do óleo de xisto,
faz a vida, deste meio lobisomen!
Sente saudade do velho sal,
e só o carbono sua lingua tem,
e alí olhando seu antigo quintal,
do inverno eterno, é refém!
xx eas xx