Incandescência...
Incandescente
A Luz se espalha...
Rostos refulgem
Como se fossem Anjos...
Céu estrelado...
Minh’alma quieta
Busca o silêncio.
Serei Anjo?...
Serei Demônio?...
A Ampulheta do Tempo
Tem duas partes simétricas
Mas dificilmente iguais
Em seu conteúdo:
Só um breve instante...
Mas a areia
Sempre se move...
As pedras brancas
E as pedras pretas
Formam o tabuleiro.
Porções iguais
No Jogo de Xadrez.
Quem move as peças?
O Destino?...
Um bom jogador
Que, mesmo assim,
Sempre algo erra?...
Um distraído?...
Um bem-intencionado
Que não consegue
Armar um jogo?...
Um mal-intencionado
Que trapaceia
Com ousadia,
Ardilosamente?...
Quem somos nós?
O que nós vemos?
O que ouvimos?
O que queremos ver
Ou o que não queremos ver?
O rosto que mostramos
Ou o coração que escondemos?...
A Lua se torna zombeteira,
Ri e encanta...
E canta para mim
A canção dos solitários,
Ensimesmados,
Os singulares,
Que não serão
Jamais plural...
Incandescente
Os incautos
Refletem Luz...
No final da Balada,
Ao despontar o dia,
Todos se tornam palhaços
Com pinturas desfeitas
Escorridas pelo rosto
Tragédia feita
Em rotas roupas.
(Se é que as acham...)
- Somos todos caminhantes
À procura do Amor...
Anjos ou Demônios?...
Anjos-demônios?
Depende do ângulo
Por onde se olha o cristal...
Nesta hora a Lua repousa
E fica sua imagem
Na lembrança
E nas interrogações
Daquilo que somos...
Pobres caminhantes...
Todos
Tolos...
Sempre
À procura
De um grande Amor...
- Somos todos andarilhos
Em busca do que não temos...
Somos todos caminhantes
À procura do Amor...
E isto justifica
As loucuras que fazemos...
Certamente os Anjos nos acodem...
Afastam demônios.
- Mas nós queremos?...