SONÂMBULO

A luz cristalina

Na baça neblina

Da noite sem fim

Me veio arrancar

Uma brisa suave

Qual leme de nave

Na nuvem do sonho

Me fez embarcar

Terreno sem base

Apenas um quase

Sem limites, sem fim

Sem balisa, sem lar.

Sem nenhuma escritura

Sem vida futura

Sem ter um destino

Aonde chegar.

Nem longe...nem perto

Volátil, incerto

É o mundo sem nome

Onde quero morar.

Não sou alienado

Mas com este quadro

Só me resta a chance

De dormir e sonhar.