VÊNUS EM ANDRÔMEDA

No comprimento e na largura, te desdobras ao chão,

Com reconhecido aroma, invadindo meu passado.

Três eixos perfuram o quarto, em pontiagudas sombras:

Pela porta, janela, teto, dos braços, pés, seios ...

És cartesiana serpente.

Fora, o latejar do nada pulsa ondas subsônicas,

Enquanto a saudade de teus braços a mim me alcança.

Entro em ti devorando fusões, em fissões, em frissons.

Bebo na fonte o leite da galáxia insaciada.

És subvulcânica solar.

Respiro por tua boca, oásis em ventos e areias.

Anfíbio, chafurdo nas úmidas, ocultas sombras.

O buraco negro, no espasmo do voo partilhado,

Revela fêmea em quente meteorito esculpida:

És Vênus em Andrômeda.

ronaldo fontoura
Enviado por ronaldo fontoura em 27/09/2009
Reeditado em 26/09/2016
Código do texto: T1835120
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