Duas Torres
O nevoeiro atrapalha o alcance da visão
A tranqüilidade sonhada caminha no sentido contrário
por vezes
Sinto-me flutuando numa dimensão
de risco,
almejando a estação do Porto-Seguro.
De repente
Terra à vista!
Uma montanha de onde observo:
Duas Torres
alcançam uma proporção de disputa,
de conquista
Uma de um brilho conhecido,
Ofuscado
O bem e o mal
Sorriso breve e inconstante
Arrepio e pancadas de solidão
Seria reflexo de ondas revoltas?
Meu subconsciente criou
nesse instante
anticorpos de (re)aproximação.
A outra traz uma tela primorosa,
luz resplandecente
lago, coqueiros, borboletas; dançando ao vento
Sinto o frescor da brisa, contornando o meu rosto
Desafio a incerteza
O medo entardece
o tempo do paraíso
e escurece
a limpidez do lago
A ampulheta do tempo corre e se torna invisível
na pressa
A felicidade que está a minha espera
em momentos
veste a invisibilidade do tempo
Preciso (des)vendar a dúvida
(des)consertá-la...
Caminho em flores
Flores e espinhos
Feridas abertas
Jorro de descontentamento e lamentação...
Todas as noites
em sonho
viajo até a Torre-Esperança em um animal alado
O manancial:
miragem e realidade
Enquanto a indecisão me consome
o unicórnio surreal do sonho
contempla a magnitude do paraíso,
uma beleza embaçada para os meus olhos
A ponte de acesso
Cheia de adereços, flores e pássaros, cantado a sua volta
Ainda não é caminho seguro para o meu desejo.
Ouço harpas tocando,
O pôr-do-sol limita a minha intuição
Devo partir ou esperar um novo amanhecer?
Volto ao pomar
Lá, as peras maduras
Definham já uma maturidade cansada
Compaixão
Perdão
União?
Unir gregos e troianos?
Água e óleo serão (para sempre) misturas heterogêneas
Meu Deus!
A dúvida... O caos...
O tempo lapida os acontecimentos
recicla
muda
É dono do esquecimento
Esquecer... Esquecer de tudo!
Olhar a diante
Ver o futuro que espera
O desejo de chegada.
*E-mail transformado em texto poético.
.E-mail: Daniel Fernando
.Poesia: Jhean Lima - Em: 19 de setembro de 2007