Eu e Minha Morte

Caminho devagar à brisa

Dos doces ventos do norte

Um caminhar que visa

O fugir da própria morte

Não vejo uma alma sequer

Nos arredores deste espaço

Mas não sou um qualquer

Fugindo de seu laço

Acabo por descobrir,

Não poderia imaginar

Que não podemos fugir

Da morte e seu olhar

Existe a possibilidade

De estarem ao nosso lado

Mas há uma fatalidade,

Recebemos ensinamento errado

Vêem conosco ao mundo

Acompanhando-nos até o final

Vão mesmo até o fundo

De nossa vida carnal

Não existem para nos punir

Não são as culpadas pelo fim

Nos mostram o caminho a seguir

Depois que perdemos o carmim

Pense então desta maneira

Se estão sempre conosco

E ajudam na hora do fosco

Ela é nossa companheira

Assim devemos chama-la agora

Para estar sempre com a gente

Mesmo antes da nossa hora

Será nossa confidente

Em minha longa caminhada

Encontrei uma amiga

Logo a menos esperada

Te faço esta cantiga.