Do Zoológico da Arte
O cotidiano é como um teatro,
onde pessoas, todos dias, encenam peças,
da vida são atores,
e não sabem, que
são também autores.
Tem do tipo escritor,
que sabe bem das palavras,
escolhe-as com cuidado,
porque um erro é fatal,
vivem perseguidos pelo mais real.
São também imaginativos,
têm criatividade e perseverança,
inventam estórias, fazem graças,
tornam a vida diferente,
porque nos dão recursos para enxergar,
novas maneiras,
que alteram o olhar.
Há também músicos,
que são de espécies bem diversificados,
são quietos, mas vibram,
quando colocam seu instrumento pra funcionar,
até parece comparação sexual,
mas eles são bons mesmo,
é pra tornar a vida mais surreal.
Nos tiram do cotidiano igual e repetitivo
colocam palavras que se encaixam naquilo que sentimos,
deveriam ser Deuses, porque nos fazem muitos favores,
e há ainda, aqueles que não vêem, mais que odores,
mas a música é uma benção, tão sagrada quanto uma missa,
e por isso, devemos viver nessa atiça.
Há os que desenham,
são de um tipo bem estranho,
por ora, não conversam,
mas sempre, sonham.
Uns vêem somente risco, outros risco de vida,
se é de morte, ou de vida, não sei,
às vezes, e muitas vezes, nem entendo
mas, no fundo, há sempre um pequeno,
que de criança, que brincava escatologicamente,
se tornou um personagem,
psicologicamente.
Assim, há também os atores,
estes são meus preferidos,
são estranhos, como a natureza animal,
em que têm todos os tipos,
e no teatro, como no reino do zoológico,
há também todo tipo de ilógico.
Há mulher sonhadora, há doida,
há doido, há criança,
há menino de rua, há mulher elegante,
há mulher grava, há menino que não cresce,
há gostosona, há gostosão,
há tudo, até mesmo, esse mundão!