Escondida de mim
Já destilei venenos
de cobras de água salgada
Já fugi dos meus enredos
puni-me com mão pesada
Bloqueei os meus segredos
já nem me lembro de nada
O rio que trago no peito
é caudal de sofrimento
Torrente de águas turvas
que arrastam a minha alma
Na gruta onde me escondo
viro bicho em forma de onça
Se alguém de mim se aproxima
visto disfarce de santa
Se for preciso eu ataco
Luto sempre contra mim
Sou rocha irregular
Quebro-me em estalactites
Para não virar um farrapo.