Escondida de mim

Já destilei venenos

de cobras de água salgada

Já fugi dos meus enredos

puni-me com mão pesada

Bloqueei os meus segredos

já nem me lembro de nada

O rio que trago no peito

é caudal de sofrimento

Torrente de águas turvas

que arrastam a minha alma

Na gruta onde me escondo

viro bicho em forma de onça

Se alguém de mim se aproxima

visto disfarce de santa

Se for preciso eu ataco

Luto sempre contra mim

Sou rocha irregular

Quebro-me em estalactites

Para não virar um farrapo.

Fana
Enviado por Fana em 23/08/2009
Código do texto: T1770062
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