Boca de aço
Vou derramar o sangue gélido de cada ser mórbido
Da face da terra, vou permear seus pensamentos
Como se fosse piolho a procura do liquido que
Sustenta o corpo. Aos que se escondem atrás dos
Pilhares imundos das igrejas serão desmistificados
E não mais despejara sobre o mundo a carnificina
Das idéias nojentas. Cuspirei em cada ato antinatural
E exposta ficara a ferida nela derramarei o sal grosso
Das minhas palavras soltando gritos de gozação.
Não serei mais a miséria da criação, o esconderijo
Da vergonha, a cova do caixão, o medo da verdade,
Deixarei sobre todos aqueles que se utilizam
Do niilismo deprimente com fome de poder minhas vontades,
Aos homens e sua fé repudiante deixarei a ejaculação
Das provas renegadas, mortas, enterradas para não
Mais soluçar diante das mentiras criadas. Afundarei
De todas as formas imagens veneradas e em
Todas as formas de adoração injetarei o veneno letal do meu
Verbo e deixarei cravado em cada um o verbo destruir.
Serei do gladiador a espada para decepar de cada um a ignorância,
Serei da presa o predador para abocanhar
De uma só vez com uma só mordida toda forma de perdição,
Serei da comida o cabelo para regurgitarem minha existência
A cada bocado posto na boca, dos sonhos
Serei os pesadelos mortais, da igreja serei as verdades
Para contraporem com as mentiras, serei do prego o martelo
E em cada martelada de sair faísca um verme se desmistificara,
Serei do abismo o eco forte de romper os tímpanos, serei da
Parede úmida o limo para fazer deslizarem toda a perdição.
Serei contrario a toda forma de rebeldia, em todas as batalhas
Serei o sangue jorrado da burrice de cada cavalaria, serei o cemitério
Para todas as humilhações deprimentes que há em cada dia, serei da fumaça
O fogo que queimara todo amor venenoso dentro de cada um e deixara
Fervendo e borbulhando no mais profundo gesto de renegação. Serei dos
Falsos profetas os segredos por traz das palavras, serei a metáfora
De cada bíblia, serei no mais profundo à melancolia da solidão.
Serei de todos os restos de indignação.