Trabalho invertido

Cheguei na baba da força,

Na boca aberta da exaustão.

No vórtex que virou a cachimônia.

E os Deuses estão comigo revoltados,

Não aceitam este fugido, estes seres rachados,

Aquele que rola a pedreira de santo sou eu,

Aquele que se mata sem morrer, não pode subir,

Os dois litros ficam ali, o meu sangue, não.

Nossa cana vale padrinho?

!..)

Então não fecha,

Não deixa fechar a voz,

Não deixa os beijos ficarem distantes,

Sinto que tá fechando meu canto,

Algum sortilégio ou encanto,

Algum de inveja de “sê”.

Deu o sol e tá botando a chuva agora?

Tá feito caipora,

Tá deixando a espora nas costas do “capiá”.

Deu a chuva pra molhar,

Deu pra mares pra beber,

Fez brotar aquele imenso sorriso.

Não está tomando de volta, está?

Santo! Não mata esse “capiá”.

Não temo, mas não mata não.

No meu corpo tá o tempo,

Minha parede? Meu peito.

Quanto vale sofrer?

Tá valendo, não é sofrimento.

As vezes vivemos as mentas do invento,

Tormento de alma em cabeça.

Se me tirar a flor eu destruo o destino,

Eis que viro suíno,

No chiqueiro,

Nesses lugares podres,

Eu retiro meus pavores,

Cicatrizo meus sonhos,

Eu juro que “expludo” o mundo.

Mas naquela estrela vivo.

Até sem corpo com ela ficar.