Fim de madruda (ou Temor no peito da chuva
A Dalva tá ali!
Mas tá confusa.
Tá difusa.
Tá bagunçando o horizonte,
Tá se afogando no mar,
Na sede de estrela que sonha ver o dia.
A Dalva e o passarinho.
De manhã choveu.
A chuva de Deus sumirá com a manhã.
O sol da manhã, manhãs,
Lã engolida pela tempestade bárbara.
Estrela matutina,
Musa do véu céu.
A Dalva e aquele que é da solidão.
Na solidão, mas não mais na vontade.
Ver a estrela até a tarde,
A Dalva ficou lá.
E um que um dia virou um,
Nunca quis sair de lá.
Mas o um era nada,
Nada de um, é nada,
Eu era nada.
É(...)!
Não tem jeito (ponto).
A Dalva no peito entrou,
E pelo ar do sertão seduziu sertão cactus e flor.
Aquele senhor? Hoje, lembra, lembra, lembra.
A Dalva e o poeta em pânico.
Solidão de um Brasil.
Uma estrela só.
Um por que que não se tem porque depois,
Um perder sem se perder, sem pois,
O não poder,
Não ser.
Luar.
Depois que finda o tema.
Ronda na noite o tubarão da solidão,
Os peixes quando encontram boas aguas
Correm o risco de se esquecerem dos anzóis,
Quando os faróis não estão no carro,
No escuro há de se bater no barro,
Ou na cerâmica queimada do muro,
Se os fio tem furos pode ser uma rede.
Mas se for um “eu gosto de você”,
Pode ser um “gosto mais ainda”.
Não é aí que se finda,
Mas imagens lindas,
Correm o risco de só na Dalva ficar.
Pra lá olhar,
Para ficar na esperança
Até a Dalva do céu nunca mais descer.