Poema mEU
Sê bem vindo
ao meu mundo
onde as flores são todas de plástico
O mar está sempre agitado
mas teima em demonstrar
uma falsa placidez.
Sê bem vindo
as minhas noites insones
onde me pego conversando com a lua
ou apenas contando estrelas
das mais distantes galáxias e constelações.
Sê bem vindo
aos meus dias, dias estes
em que o sol ofusca a visão
queimando-me a retina
sem perceber e cega
"encontro-me" perdida,
aturdida e a flutuar.
em meio à correria da cidade
correndo atrás de uma estranha
alucinante e débil felicidade.
Intoxicada, combalida, sufocada
sólida, líquida, gasosa
diluída e em doses homeopáticas.
Uma massa disforme
de ferros retorcidos e concretos
Que grita! Cala e se entristece
Ama! Ri! Chora!
Que dorme e acorda
com seus próprios fantasmas
com seus próprios inimigos.
De certo, um mundo tão simples
Tão normal, tão habitual.
E se ainda assim tu
quiseres me conhecer.
Sê bem vindo
ao meu mundo interior
onde tudo é feito de nada
e o nada... nasce
desse enorme e vagabundo
coração mEU