Sonho interrompido
Olhando meus pés
Me vejo transparente
Num momento absurdamente único
Num emaranhado de sonhos e pensamentos
Dentro do meu querer indecente
A vaga lembrança do que fui
Insiste ainda em ser imensa
E de tão densa não consegue voar
Abre a porta sem chave
Vê uma janela sem cortina
Um mundo novo e nú
Desconhecido, adormecido
Dentro de um tempo em que não fui
Agora o susto de não saber
O que fazer com tanto querer
Turbilhão de vontades adormecidas
Acordam de uma vez dentro do peito
Algumas histórias interrompidas
Outras ainda por viver
O tempo não parou desde aquele dia
Em que encontrei com você
Fui tentar e não voltei
Fiquei assim naquele lugar
Agora que despertei
Vi a porta aberta e parei
Sem tempo, sem asas, sem lugar...