Sonho interrompido

Olhando meus pés

Me vejo transparente

Num momento absurdamente único

Num emaranhado de sonhos e pensamentos

Dentro do meu querer indecente

A vaga lembrança do que fui

Insiste ainda em ser imensa

E de tão densa não consegue voar

Abre a porta sem chave

Vê uma janela sem cortina

Um mundo novo e nú

Desconhecido, adormecido

Dentro de um tempo em que não fui

Agora o susto de não saber

O que fazer com tanto querer

Turbilhão de vontades adormecidas

Acordam de uma vez dentro do peito

Algumas histórias interrompidas

Outras ainda por viver

O tempo não parou desde aquele dia

Em que encontrei com você

Fui tentar e não voltei

Fiquei assim naquele lugar

Agora que despertei

Vi a porta aberta e parei

Sem tempo, sem asas, sem lugar...

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 05/08/2009
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