Arte Abstrata
Arte Abstrata
(Alex Louzada)
Fútil alcance incompreendido pela maioria, inutilidade sarcástica nas caixas acústicas do tempo
Como poeira vôo no vento
Obtenho espaço mas não dinheiro, marco ósculo no cromo cosmo
Atravesso o eterno deserto dessa imensidão
Cada estrada uma lágrima, fornalha de ilusão
Sei que esses versos são como arte abstrata
Podem até não dizer nada mas falam alto ao coração
Do astro ao átomo ou por que não o contrário?
Minha vida é a voz e só me calo
Me perdi por aí entre os passos
Tropecei e quebrei-me em mil pedaços
Vieram as feridas e essa letra num só compasso
Retornei do inferno que era o deserto desse soldado
Renderam-se anjos e demônios na estrada
O tempo já não era o mesmo, suor e lágrimas se misturavam
Vitórias e derrotas dentro de mim se confrontavam
Como uma nau naufragada, dentro de um ser idiota
Tripulada pelos náufragos, que dá a vida só derrota
Me livrei de vocês, doces bárbaros, não os quero mais em minha rota
E tudo foi ficando para trás, depois do soluço, da pipoca
Na solidão vazia, do despertar da alma.