Uma Poesia Surreal

E quando eu olhar ao norte,

quero moldar minha vista,

ao mais vasto horizonte,

estender meus pensamentos,

aqueles que restam a mim,

pequenas lembranças,

amores,

loucuras,

parcialmente distribuídos,

ao longo de um belo vale.

E quando eu virar o meu corpo,

direção contrária,

sentirei o clima frio austral,

e jogarei meus braços ao vento,

minhas pernas,

meu sólido corpo,

junto ao mais concreto,

frio, inóspito,

configurado para um futuro transcendente.

Mas quando eu virar ao leste,

consentindo a mais perfeita mistura,

de razão,

e sentimento,

derramarei minhas lágrimas aos seus sistemáticos ventos,

do excesso que é o sentimento,

para caminhar em direção ao mais lindo equilíbrio,

de um homem.

Então dou uma espiada no poente,

aquele mais desorganizado refúgio,

onde o sol rasga o seu esplendor,

o maior berço da loucura,

o mais triste asilo dos imperfeitos demais.

E então,

girando meu corpo do alto do cume,

para todas as direções,

eu olho para baixo,

nenhuma superfície,

me certifico que ela nunca existiu.

Para assim, me aliviar.

Rodolfo DallAgno
Enviado por Rodolfo DallAgno em 29/07/2009
Reeditado em 25/07/2010
Código do texto: T1726114
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