DISCREPÂNCIA

Um pouco de mar se fez estrela

Cansado da inutilidade de ser mar.

A noite se fez dia e clareou meu corpo inerte

Na imobilidade de morte ou sono.

O tempo parou.

O homem ou pouco mais que isso

Mastigava o caos.

A criança ou pouco que isso

Procurava tatear na noite

E encontrava gestos.

E eu queria ver o sol nascer

Atrás daquelas pedras,

Não fora lá, pouco importa!

Não serei eu a esperar por ele.

Eusébio dormiu com o mundo

E “sonambulou” com ele.

Menino tão pequeno,

faz-se de grande quando estou perto.

Na eternidade rabisca

Nem sabe o quê.

Um dia se fará grande e será noite.

Será perverso saudade e verso.

Será homem.