Confissão de um poeta
De onde vens minha poesia?
Ela não vem de minha consciência, tão racional,
Tão focada nas percepções e nos jogos sociais..
Tão pouco vem do coração, tão incostante
Tão perdido em ondas de sentimentos,
que o levam a amar e a odiar de segundos...
Minha poesia tão pouco vem dos sentimentos que sinto.
Pois que importa o sentimento que sinto a ti?
Se viesse de meus sentimentos jamais lhe tocaria,
Seria esta poesia leviana, infiel e egoista.
Também minha poesia não vem do mundo,
Nem de obeservações precisas,
Por que seria como as desgraças públicadas
de um periódico de domingo.
A minha poesia vem de além da minha alma
Do lugar dentro dos silêncio do homens...
Onde as palavras criam vida, palavras que estão atravessadas,
nas brechas da alma, como um espinho, uma farpa.
Que produz uma dor de melancolia...
Num pedido subilme de subir a superficie do corpo
São essas as palavra que te alcançam..
Pois delas não falam a seus ouvidos,
Elas entram de súbito, e se alocam na alma...
Onde todos somos carentes de nós,
onde somos todos crianças...
Onde somos todos: nós mesmos...
É ali que habita a minha poesia!