FANTASMAS
Como os moínhos de Quixote meu coração segue lutando
com meus monstros invisíveis: oras vencedor, noutras
vencido pelos fantasmas cavaleiros errantes
em mulas sem cabeças
ou "pés de garrafas" e seus gritos hilariantes
pelo cerrado da Lusia e da Tamarana;
mas sigo adiante
guardado em minha armadura
espada em punho
girando os moinhos de vento
quebrando as pedras da Estrema
que impedem o germinar de meus sonhos
pelos campos que passo.
Desde menino tento libertar-me
das amarras do medo
das almas penadas que vagam
no pensamento do menino eterno que sou !
Não sei até quando vou esconder-me
do medo que vaga em meus pensamentos
tantos tormentos que não tem por quê
traumas
fugas inesplicáveis
Lutas travadas no vazio da´lma
da qual, ainda, não tomei posse.