A LENDA DA MUSA
Não me peça para florir seu caminho
Pois sou farpa, pedra, dor e espinho
Aquela que inspira versos, sua musa
Controvérsia, tão perspicaz e obtusa
Quisera poder lhe dar algum carinho
Melhor, todavia, eu deixá-lo sozinho
Deveras errada:sou um tanto confusa
Converto em pedra, olhar de medusa
Tal qual o Rei Midas, ao mínimo toque
Ao que se aproxima, inevitável choque
Como ouro, os poetas passam a reluzir
Por isso, eu recomendo: não vá se iludir
Sou meio ninfa, musa, bruxa e até fada
Mitológica, antropológica ou sem lógica
Sou jóia rara: frágil e fria como um cristal
E forte diamante: pedra bruta e lapidada