ALEXANDRIA

Sentado no terraço da minha janela

observo a morte do poeta...

Sem ninguém por perto,

noite mística,

som de capela.

Aquele que ontem não tinha nenhuma importância, nem meta

hoje, era feliz

pelas ruas da cidade,

que loucura era aquela!

Por que a multidão empurra, aperta, atropela?

Por que eles se matam sempre perto de alguma janela?

Talvez seu poemas: eternos e transoceânicos

talvez não sejam totalmente felizes - helênicos!

Ou derrepente mais parecidos com escritores gregorianos

esculpindo quadros ingleses - excêntricos!

(quem sabe Kaváfis, Kafka... ou algum baiano)

Quem sabe explicar por completo um movimento não-newtoniano?

Sei que a confissão e o óbvio

do tremendo medo de morrer

- se completa!

Fadado em sua própria covardia

o mundo é maior que a sua alma:

_ o poeta!

Não tenho mais nada a dizer

vou embora.

Minha rebeldia é a grandeza - alegoria.

Minha fantasia...

Vou procurá-la na arte de Alexandria.

by Wildon

06/02/2002