A quem me aquece
*A quem me aquece
Sem dó, se chega por uma
tênue linha entre o esperado
e o deslumbrante, causa um
fervor queimante sem Hélio,
no balanço que eu danço
ao me aproximar.
E queima, com uma quentura
que me gela com um arrepio
sem precedentes, me tirando
do estado líquido/sólido, me
amando como se eu fosse gás,
trazendo-me a consistência do amor.
Me envolve, feito fumaça branca,
cinza, negra, não me deixando
respirar, porque já não há
mais oxigênio, ou qualquer
gás combustível que se precisa
para se/nos queimar.
Porque, quem ama não queima,
teima em continuar queimando
sem fogo, fogo que não corroi,
não arde, não destrói, apenas
esquenta quem por ele quer
ser esquentado.
Menos mal se talvez corroi,
pois desaparece a queima
e o que por ela foi queimado,
num translado igual, num desaparecimento
idêntico, vão-se juntos, na mesma
essência da combustão/calor.
Antes você do que o sol.
Bugarim