De dentro dos olhos
Meus olhos segredam minha alma
e vivem a ver os navios do céu
nas estradas poeirentas do mar,
onde sou um peixe alado e sem destino.
Cumpre-me zelar pelas estrelas,
tecer poemas vivos
na íris dos meus mais ávidos desejos
onde não me sufocam os medos.
Uma coruja curiosa bateu asas
e voou para dentro de mim
onde o místico me acende
e a palavra é a minha carne.
Sei que eu tenho imensos olhos
e solenes mãos que em tudo pegam,
olhos que jamais se cegam
quando veem em mim o olhar entregue n’alma.