Parábola
Toco tuas mãos tão frias,
Não consigo identificar a razão;
Sinto teu peito acelerado e os lábios trêmulos
Como se tivessem acabado de provar dúzias de carambolas;
Teus olhos enigmáticos, mas, firmes como o aço,
Olham, e meditas sobre o paradoxo;
Noto um ralo suor que tresanda a jasmim da noite,
Talvez, das manhãs e das tardes;
Figura que uso algumas vezes,
Para falar dos aromas que me cativam;
Tua face é muito branca, simplesmente, porque é muito branca;
Teus cabelos são discretamente desalinhados,
Como se contivessem um convite explícito para o amor;
Eu mesmo acho estranha esta parábola,
Com advérbios de modo e subjuntivos!