Vitrola em 76

O rei e a musica saíram bêbados pelos feudos,

O bar tava cheio de amor e medo bonito,

Homens comeriam fêmeas e perus.

Louros bêbados cantavam nas divisas,

Pais de bobos,

Lisas flores de “passarim cagá”.

O reino era roxo e lilás.

E a musica sobre um reinado soou,

“Passarim” cantou,

Maísa cantava e bebia pelo trompete.

Canção.

Seu tratado faria ela,

Sua harmonia se poria bela,

De onde vias, orquestras voariam,

Um violão vagabundo e um maestrinho bobo,

O rei toca sentindo metade de suas raízes.

A mulher, antes bonita do que feia,

Mas hoje bonita, amanhã feia,

A alma feia de tanto lucrar?

Sugar, não amar, outros chupar?

O que a deixa feia põe-te fria,

A lua fria escurece a noite,

Noite e dia que pisam na vontade,

Pela piedade da metamorfose,

Olhos prateados como pose,

Como rainhas e meretrizes as meninas dos olhos,

Como uma musica detalhista.