Fim de um poema grande
Linha por linha temos o melhor lugar de ler,
Poemas! (poemas de verdade)
E por décadas, anos e estações,
Ver (…)
Vento soprando naquele sertão doce,
Quadros lindos feitos de linhas lisas,
Pequenas flores de pastos, abelhas e sons de soprano,
Cada pedaço nítido (…) Menos o seu sorriso.
Há de se te-lo nos olhos todo dia,
Memorizar alegria e escrever jardins.
A voz de muitos me desguia,
Presto atenção no “nim” da tempestade,
Olho no vento, pensamento na passagem,
Vozes que me obriga lê onde há guiar,
A cigarra disse um dia,
Siga ano pós ano,.
Arma a tenda e fuja do sol,
Fique na sombra, coma doces abacaxis frescos,
Frutas e mais frutas,
Pegue seu fogo e flamenco,
Toque um pouco,
Eis que um dia longo,
Depois de dias e dias longos,
Sairá em busca de um oásis,
Tu seras o camelo?
Tu ficarás no Cairo?
Ou nem, sairá do Brasil?
Enquanto reflete,
Vai dá agua pru corcel pampa,
Lava a testa estrela do bicho.
E veja(…)
Veio do céu um sabiá e comeu a Cigarra.
Enfim sobre a balança duas sementes de Angico,
Ou duas moedas num elástico?
Quando mais se afastam, mais ficam na esperança da volta,
Quando um dia, em decisão, a balança vai dar uma pesada,
Pende ou arrebenta?
A parede da tenda de velha chita antiga
Dá acústica a ciganos sertanejos beberrões,
Naquele dia quem ouviu a cantiga,
Passeou pelos luares dos sertões:
Sorrindo...