O Super Nada
Luzes! Câmeras ! Ação!
Das profundezas do nada,
eis que surge patético cavaleiro.
Não monta corcéis ou garanhões,
mas um bisonho jumento.
Não tem espada, ou arma laser,
apenas a voz a ecoar sozinha,
num som trovejante,
num ritmo de poderosa vontade.
Molambo de desejo ardente,
quer atracar-se com a hipocrisia.
E então, de tão feio acaba belo,
de tão ingenuamente ridículo,
torna-se verdadeiramente heróico.
Toma, então, pincéis e tintas,
toma tons obscuros e neutros
e ataca, insano, a ilusão de cores.
Quer mostrar a ferida oculta,
ninguém quer ver a tal lesão.
Mais fácil aniquilar o indesejável.
Pedras! Paus! Muitos paus e pedras.
A festa tola e primitiva.
Risos e gargalhadas alucinadas,
a estranha folia coletiva.
Mas não é possível atingi-lo.
A voz não tem corpo,
o grotesco fantasma sorri.
É apenas uma voz,
uma estranha imagem,
uma promessa de ser marca em brasa,
toda a sórdida beleza.
Temem a obscura força.
Conflitos de valores?
Ou valor nenhum?
Tintas feias que são belas,
e o belo que é tão sujo e feio.
A estética e seus percalços.
O bem e o mal e suas dúvidas.
Por que complicar?
Por que não se limitar ao cotidiano?
Por que se deixar levar pelo pensamento?
Que chamem os guardiões da ilusão,
que venham soldados em belos uniformes,
que encham-lhes o peito com medalhas,
que carreguem-lhes os ombros com patentes,
que sejam graduados em hipocrisia.
E os defensores da dissimulação,
os guerreiros implacáveis,
contra o quixotesco e heróico pateta.
E novamente não o encontram,
é tamanha a sua impotência
que não existe, apenas assombra.
E então, o terrível medo
dessa existência inexistente.
Onde se vê um
riso tingido de lágrimas,
um pierrô futurista,
um palhaço sem circo,
um artista sem palco.
E por isso um fantasma.
Uma voz de trovão
que ecoa nas consciências.
Luzes! Câmeras ! Ação!
Das profundezas do nada,
eis que surge patético cavaleiro.
Não monta corcéis ou garanhões,
mas um bisonho jumento.
Não tem espada, ou arma laser,
apenas a voz a ecoar sozinha,
num som trovejante,
num ritmo de poderosa vontade.
Molambo de desejo ardente,
quer atracar-se com a hipocrisia.
E então, de tão feio acaba belo,
de tão ingenuamente ridículo,
torna-se verdadeiramente heróico.
Toma, então, pincéis e tintas,
toma tons obscuros e neutros
e ataca, insano, a ilusão de cores.
Quer mostrar a ferida oculta,
ninguém quer ver a tal lesão.
Mais fácil aniquilar o indesejável.
Pedras! Paus! Muitos paus e pedras.
A festa tola e primitiva.
Risos e gargalhadas alucinadas,
a estranha folia coletiva.
Mas não é possível atingi-lo.
A voz não tem corpo,
o grotesco fantasma sorri.
É apenas uma voz,
uma estranha imagem,
uma promessa de ser marca em brasa,
toda a sórdida beleza.
Temem a obscura força.
Conflitos de valores?
Ou valor nenhum?
Tintas feias que são belas,
e o belo que é tão sujo e feio.
A estética e seus percalços.
O bem e o mal e suas dúvidas.
Por que complicar?
Por que não se limitar ao cotidiano?
Por que se deixar levar pelo pensamento?
Que chamem os guardiões da ilusão,
que venham soldados em belos uniformes,
que encham-lhes o peito com medalhas,
que carreguem-lhes os ombros com patentes,
que sejam graduados em hipocrisia.
E os defensores da dissimulação,
os guerreiros implacáveis,
contra o quixotesco e heróico pateta.
E novamente não o encontram,
é tamanha a sua impotência
que não existe, apenas assombra.
E então, o terrível medo
dessa existência inexistente.
Onde se vê um
riso tingido de lágrimas,
um pierrô futurista,
um palhaço sem circo,
um artista sem palco.
E por isso um fantasma.
Uma voz de trovão
que ecoa nas consciências.