Desespero II

O silêncio mórbido tomou conta

daquele que a passagem fez

a paisagem não mais familiar

a voz que, não mais ouvida,

tentava a todo custo

gritar.

Vultos era o que via

Vultos era o que consegui ver.

Sua própria sombra

Cadavérica imagem

Assustadora miragem.

A falta de ar na alma

O umbral aberto esperando

Sua entrada

Horror, arrepio.

Tentou debater-se

As sombras, cada vez mais próximas,

Arrastavam as correntes

Do passado remoto...

Desespero

Somente desespero

Finalmente

Acordou.

Denize Nelli
Enviado por Denize Nelli em 27/06/2009
Reeditado em 27/06/2009
Código do texto: T1670136