Salva do Pesadelo
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Salva do Pesadelo
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
O gato arranhou de leve
meu sonho inquieto...
Sangrou-me a face da alma
com suas garras ligeiras...
Um pássaro fremiu
no meu corpo febril
e a salamandra saiu
do fogo azulado
para marcar meu ventre...
O besouro bateu as asas
arrastando a carapaça
pelo meu coração entristecido.
enquanto um escorpião hostil
envenenou-me o sangue cansado
de circular nos caminhos
do meu corpo...
Penosamente, virei-me na cama,
inquieta, para evitar os ataques
dessa angústia de não ser mais
de ser ninguém para alguém...
Mas uma borboleta irisada
entrou pala janela da esperança
e voejou para mim um ballet
fantástico...
Ao acordar,
encontrei sobre a camisola
molhada de suor
pólen que deixara, graciosamente,
qual um sonífero para acalmar meu pesar.
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