Horário de bater o cartão
Vento e fim,
O dia traz isso,
Quem sabe seja isso,
Um belo fim,
Morrer porco,
Uma dola,
Um passe,
O pagar e o apagar.
Viver rezar doar voas se mastigar.
Mas esse horário levou ao dia,
A madrugada se foi fria
E também não há como nascer,
O calor só irrita a garganta,
Espanta a direção do homem de volta ao seu paradeiro.
Um dia será ele, o sol a nascer,
E vai queimar mais que o demônio,
Vai sentir peso mais que o próprio atlas,
Ou a gravidade de Newton.
Tudo na mastigação,
Cupins na porta,
O rastro do dia que investiga,
Um homem concebido,
Um homem nos papeis,
O que era noite transforma,
Os ônibus, únicas vidas pelas ruas,
O azul, o mais gelado possível,
A medida quem não dá é o sol,
O trabalho do homem para o homem,
Um dia vai ser o galo a cantar,
E até longe do mato afazeres irão aparecer.
O homem foge e trabalha.
O trabalho mata sem o individuo morrer.
Eram assim as horas ontem,
E ontem o céu também se turvou,
O homem trabalhou mas não se cuidou,
O xerox se entupiu,
O ônibus continuou a continuar,
Uma cidade só de ar pelas veias sem sangue.