A vista em pontas e estrelas

O dia não permite o sol ter boca.

Não permite a sobreposição das palavras.

Só de enfeitar o ilustre exibimento,

Quer que namora na hora,

Naquele nítido momento,

Não aceita e quando aceita atiça,

Aliciando versos como pernas gostosas,

Borrifando êxtase em varias Letícias.

Vai abraçar num fundo,

Mundo mudado, mudo mundo....

Pelo caminho inteiro quer casar,

Encabulada, fica de “botiquim” o dia inteiro.

Nunca mais, pois pelo dizer da rua,

Um vasta literatura da lua,

Um cravo vivendo no roseiro,

Depois de meses a beber e noiar,

Tosses e beijos forçados,

Perversões vendidas. (…)

Ela já quatro vezes se pois a capotar.

Ser?

Pra que?

Precisa disso não. (…)

Embora descer pareça andar para trás,

Trás de dentro do papel o querer mínimo,

Ter de dentro daquilo doado

Um pouco de sentimento medido,

E assim fudido, viver em compadecer e de ré na descida.

E foi um ponto apenas,

Ventre nosso e não nosso de cada dia.

E cada dia de cá e de lá.

E a ponta do fluxo lógico do trabalho onírico:

O nosso.

Beirar os dezessete gozos por dia.

Morder lambujar perder o ar,

Perdurar no e x c ê n t r i c o enlouquecer.

Gozar 12X36.

Vender mais barato para conquistar?

A chuva trazendo eles pru bar?

E daí?

Foi a chuva que ti disse?

“Tem uns bares na Afonso Pena,

Dá pra jogar a noite inteira.

(...)

O dia não permitirá o dia raiar,

O sol sem boca ficará,

Então, oráculo e crepúsculo viram a mesma coisa:

Ele diz:

“Nunca trai três mulheres”.

Ela diz:

“Uma noite eu bebi.”