Poeta sempre

Há dias em que meus poemas dormem

e a poesia foge

e nada fica em mim.

Há dias em que o dia não há

e para eu declamar,

calo-me, calo-me...!

Há certas coisas que levam meus versos

para mais dentro de mim

e quando penso ser assim,

faço muitos outros diferentes versos.

Há poemas que me declamam

e eu torno-me tão pequenino diante deles

que pergunto ao coração, cheio de zelo,

por quê? Por quê? Por quê?

Há dias que não me são dias...

é quando eu não sou o que devo

e quando voam de mim os meus medos

e eu, instantaneamente, deixo de ser poeta

para não muito mais amar o mundo...