Eternamente Culpados



Culpado ou inocente?
O júri, os advogados,
os jurados, o juiz, a sentença...
O acusado é alvo de dedos em ristes.
Qual seria o crime?
Seria alguém Imputável?
Um louco? Um pervertido?
Quem sabe uma inteligência maligna?
Seriam verdadeiras as acusações?
Afinal são tantos os enganos.
São tantas as mentiras bem elaboradas.
Rostos com expressão de enfadados.
Má vontade!
Pode um bom homem agredir
como uma fera selvagem?
Boas atitudes podem
ocultar maus pensamentos?
Poderia más atitudes
estarem cheias de boas intenções?
Faria a hipocrisia
parte intestinal da natureza humana?
Vozes dissonantes,
uns acusam, outros defendem.
Bombardeio de palavras
que se esfacelam
em sílabas desorganizadas.
Em meio à fragilidade,
é possível se encontrar força?
Ou o fraco estará sempre condenado?
Seria o corpo um oásis
e a alma um deserto?
Ou seria o contrário?
Talvez tudo seja uma questão
de mera perspectiva.
De tal forma que as contradições
não existissem.
Quem sabe não fossem
meras mistificações?
Artifícios da astúcia
para acobertar a realidade!
Novo choque de palavras,
agora, mais poderoso,
estas se estraçalham
em letras perdidas.
Realidade ou ilusão?
A cena existiria?
Qual a razão daquele júri?
O réu era acusado de que?
Todos seriam loucos,
artífices de linhas de insanidade?
Veriam homens onde haveria apenas
repasto de quadrúpedes?
Estariam efetivamente eretos,
ou em verdade trocavam coices?
Seriam cidadãos exemplares,
ou canalhas muito bem disfarçados?
E quanto ao réu?
Afinal de contas, quem era o réu?
Eram todos eles,
por serem vítimas
e algozes fraternos de todos!
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 16/06/2009
Reeditado em 24/02/2020
Código do texto: T1651458
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